me deu uma rosa velha
com apenas um espinho
rosa que viveu tanto que
perdeu suas farpas
para dizer que não foi o fim
eterno da beleza
lhe restou só a identidade visual
besta tecnologia das flores
como você nunca me enfeita
me desembrulhei a aceitá-la
e de propósito furei o dedo
pois também me resta identidade
ainda que dentro da imitação de
adriana calcanhoto
por um segundo mais feliz
ou numa fantasia adormecida
que espera o elixir de um beijo
me deixei sangrar
o pacto da solidão de dois
e enquanto você assistiu
esvair em vermelho ou terracota
minhas-suas promessas
e nossa foda
eu procurava por amarras
de fé e geográficas
minha garganta arranhava
que estou viva! viva! tanto
que me confundia o reflexo
com a plasticidade das novas
plantas que chegaram
para casa nova
você me diz tudo
quando não diz nada
te peço desculpas
não é minha culpa
que você gesticula
te exijo ação
e você vai
mas aparece
em tudo
quando some
junho: a agonia
sempre eu
no feminino
num ortodoxo menage à troi
a gente e o destino
le soleil à cancêr
l’égo et mes doigts
de novo! de novo!
tudo que há de novo!
perdemos a premissa
de nos engolir enquanto dava
mas um ser de um sorriso só
não morde e nem mastiga
aí joão grilo enfrenta o demônio
e chicó enche a barriga de amor
dear man-child
i’m not bleeding
i’m blood
uma rosa velha e a cicatriz
esse é o sinal desapercebido da libído
e assim recolhemos nossas
pontiagudas pontuações
nos reconhecemos again
entrelaçam-se os joelhos
enquanto perdemos o rumo
das certezas em premissas
de sangrar mais de uma vez
tudo isso porque não se ama
em uma única chance
também procuro por amarras
de fé e geográficas, Nalü!
obrigada pelos troços de terça sempre impecáveis!! ❤
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tô chorando com a última parte, tocou forte aqui
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ai nalü… só poesia tua pra consertar essa segunda-feira toda errada
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