que bom que encontrei outra casa pra vigiar! não prestei pra vigília da minha. como não tenho câmeras, me restou a fotografia com parte da minha cama e meu sofá cheio de gente em outras lentes e pedaços do chão da sala com meus livros nunca lidos que serviram de estante pras luzes que iluminam a prova de resistência que é observar-sem-ver uma desconhecida rindo sob meus pratos e canecas e desfrutando do parapeito da minha janela. bom mesmo seria votar pra sairem da minha casa. não prestei pra vigiar nem cuidar. talvez eu preste pra votar. democraticamente, eu só sei deixar a casa bonita num verso ou dois e se vivesse comigo dentro. mas ela, a casa, resolveu viver sem mim e aceitou ser teto baixo. pavor. gosto é de high ceilings. sempre pensei que quanto mais longe fosse o teto da casa, melhor eu veria o que dá pra sonhar ali. que bom que encontrei outra casa que abriga performances de ego! aí vou preferindo o ridículo dos outros por 100 dias. que talvez seja ele, o ridículo, the melhor cimento-de-distração pra tapar buracos do paredão dessa casa que foi tão brother da minha aposta no futuro. viver tudo isso é tão bad quanto traçar um paralelo entre o reality show e o meu próprio show da realidade. enquanto meu confinamento particular é assistir-sem-opinar o desfruto alheio do parapeito da minha pessoa, me preocuparei mais com desconhecidos dentro de um cubículo sem janela, frutas contadas e para o peito só um microfone. para meu peito nada de semente. nesse ato do meu show, até a última big wall, serei brasileira e fofoqueira e carente e holding the door. y nada más. a gente (eu e quem se confina) gosta mesmo é de falar e de carinho. como aqui de longe só me resta o big phone que toca e toca e de resposta boa nada-nem-nunca-mais, procuro outros toques. por enquanto é o de cinco segundos antes de começar o big brother brasil. vai ser bom passar o dia pensando em estratégia de convivência. vou precisar. bom mesmo é achar resposta distraído. deixo os inteligentes na sala de jantar (a que eu tenho que achar num anúncio) preocupados em nascer em morrer. desejo boa sorte pra quem fica mientras me pergunto com quantos pães e circos se faz uma separação?
“com quantos pães e circos se faz uma separação?”
puts, doeu aqui. no meu caso, são MUITOS pães-e-seus-amigos-carboidratos (e consequentemente uns kgs a mais), muito circo e claro, muito vinho. mas a vida é isso aí.
amei o texto naluzita
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Quantos encontros se faz uma despedida? E em quantas despedidas se faz um encontro?
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Cheguei pelo twitter, depois fui passeando pelo Instagram, mas nos últimos textos aqui do blog me dei de cara com uma puta escritora que eu não conhecia!! Que talento pro dizer não dito! Quantas possibilidades e viagens e interpretações seus textos fazem a gente percorrer! Me reconheci fã!!!!
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você escreve muito bem! cada dia mais fã, tamo junta nalü
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Preparar lugar, separar e dançar com o aroma dos ingredientes, misturar todos os sentires embaixo do tato e conhecer a curva de cada pão na curva da sua mão.
Ver beleza no crescimento da perfeita mistura, saborear o recheio de amor que no final, se você deixa de comê-lo, vira arma de tanta dureza.
Mas acredite, bom mesmo é lembrar que da pra fatiar em partes varias o tal pão-pedra e fazer torradas deliciosas e temperadas acompanhadas de um geladíssimo suco, que desce pelo corpo e relembra o sentido de lugares internos as vezes esquecidos ou ignorados.
Posso te afirmar que da pra reinventar massas, formas e tamanhos. E mais: o paladar só melhora.
Um beijo, mulher. Sigo te lendo e sentindo com todo carinho. 🌿♥️
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