você não me quis
o corpo estranho e vivo
isso impediu quase nunca
que eu pensasse no que você anda fazendo
e por que casou com uma mulher analógica
foi uma vez só que eu te tive
temperada de minha boca na sua
uma vez do clique da tua mão impressa
na minha perna
só uma manhã do meu barulho
ventando na sua cabeça
agora seca, porque te emprestei meios
quando quadrada te distraia o tempo
na hora que fui eu em todas as dimensões
você foi rumo ao seu-meu fim que era
o começo sem muito de mim-nós
e cada vez mais de uma mulher analógica
sem memória vintage
num passeio digitalmente brega
estou pelas muitas perguntas
que me cumprimentam
enquanto aperto o estômago
espremendo a última borboleta
que não voará de encontro a resposta
por que se casou com uma mulher
analógica